O cair da tarde
O cair da tarde se estende
Vai se estendendo diante dos meus olhos
Estou absorvido numa completa incompreensão.
Meus próprios olhos não me capturam
Cegos pelas toxinas das minhas verdades
Verdades, por mim mesmo, tão incompreendidas.
O cair da noite deixou suas marcas
Marcas de gente abusada
Marco com as minhas marcas.
Marco gente
Marco para demostrar poder
Marco com minhas próprias marcas.
Incompreendido pela multidão
As mudanças estão acontecendo
Mesmo incompreendido sigo deixando as marcas na escuridão.
Do cair da tarde ao anoitecer
Vou deixando marcas
Marcas por mim incompreendidas.
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Marcas deixadas pela vida
Marcas deixadas pelo caminho
Marcas de uma longa história.
Marcas que foram marcadas em mim
Que, agora, as marco em você
Permita-me transferi-las?
Marcas que deixaram dor
Aguda
Intensa
Obscena.
A noite estava fria quando as marcas foram impostas
Sem ter para onde correr
Sem ter como fugir
Sem ter a quem pedir ajuda Apenas aceitei.
Marcas que até hoje causam dor
Dor do ódio
Da saudade
O cair da tarde se estende
Com suas próprias dores
suas próprias marcas.
Carlos de Campos
Carlos de Campos nasceu em Biritiba Mirim, São Paulo, em 1980. Apaixonado por Poetrix. Em 2017, começou a escrever seus versos nas redes sociais, expressando-se de maneira profunda, em reflexões e observações sobre a condição humana, entre outras; analisando sua organização, atuação e intempéries emocionais, de forma leve, porém, concisa e incisiva. Não se deixando condicionar por padrões, investigando, atentamente, os recônditos mais conflitantes da existência e expressando-os, poeticamente, através do seu minucioso olhar.
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