Entrever
Lutar todo o tempo
Cansado de tanto tédio
Diariamente com medo
Constantemente solitário.
Miserável
Com fome
Aflito
Com muita insatisfação.
Manipulado
Vivo na contravenção
Nos pequenos instantes de felicidade
Onde, cada um, é chamado a se entrever.
Limitado é o pensar
Difícil de se relacionar
Oh, Divina providência que nunca chega
Adiante segue a história.
Futuro fracassado
Dia sem lucro
Favelas que não são mansões
Mansões que perderam o seu sentido.
Observo o defeito do outro
Pratico o domínio sobre o outro
Exalto o quanto sou melhor que o outro
O outro, que sou eu, com medo e abatido.
Somos parte de tudo
E de tudo somos igualmente responsáveis
Da raiva pelo vizinho, a guerra mundial
Estamos contribuindo diretamente com esse carnaval.
A liberdade começa em nós
O amor aflora em nós
Precisamos parar de resistir
O trabalho é intenso, interior e diário.
A paz é possível ?
Quanto vale a tua liberdade ?
Viver ou morrer ?
O que você prefere ?
O cultivo interior é fundamental
O amor que supera o ódio
Quem sabe a humanidade poderá seguir feliz ?
Carlos de Campos
Carlos de Campos nasceu em Biritiba Mirim, São Paulo, em 1980. Apaixonado por Poetrix. Em 2017, começou a escrever seus versos nas redes sociais, expressando-se de maneira profunda, em reflexões e observações sobre a condição humana, entre outras; analisando sua organização, atuação e intempéries emocionais, de forma leve, porém, concisa e incisiva. Não se deixando condicionar por padrões, investigando, atentamente, os recônditos mais conflitantes da existência e expressando-os, poeticamente, através do seu minucioso olhar.
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